MONOGRAFIAS: APRESENTAÇÃO DO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO -
o que fazer… e o
que não fazer.
Horst V. Fuchs
INTRODUÇÃO
Neste trabalho vamor
deixar a abordagem semântica para abraçar a pragmática,
considerando que muitos acadêmicos enfrentam, a uma só vez, um
conjunto de indagações e aflições: o momento único de
apresentação do seu trabalho de conclusão de curso – TCC,
geralmente registrado em sua monografia. Nosso foco, nesta abordagem,
será as pesquisas na área jurídica, para estabelecer uma
delimitação mais precisa desta sucinta consideração.
MONOGRAFIA
Significativa
preocupação do graduando volta-se, nos últimos semestres, para o
desenvolvimento da monografia. Para que tenha êxito e conceda ao
processo a harminia indispensável, esta deverá ter seu início com
um robusto projeto de pesquisa. A monografia, portanto, deverá ser o
registro do desenvolvimento e da conclusão desta importante
atividade acadêmica.
Reputamos este momento
uma demonstração da capacidade do pesquisador em apresentar, de
forma organizada, seus argumentos, o que externará a toda a
comunidade científica, que está apto à atividade profissional, já
que pressupõe ter realizado, cabalmente, todas as etapas do
conhecimento, colaborando para o avanço científico da área que
escolheu atuar.
PROJETO DE PESQUISA: O PROBLEMA
O maior desafio do
acadêmico é, com frequência, encontrar o problema na área que
escolheu. Com frequência, contudo, tal ponto não recebe a
preocupação merecida e induz o pesquisador a graves falhas a ponto
de resultar em reprovação no TCC e a explicação é simples: o
problema da pesquisa é sua espinha dorsal, conduzindo todos os
demais trabalhos e também o resultado final, isto é, a conclusão.
Também indica a delimitação do tema, auxilia o pesquisador a focar
o material a ser pesquisado e conduz a uma conclusão, isto é, a
resposta ao problema.
Mas, a pergunta mais
recorrente é: como encontrar um problema? Indicamos, para atender a
tal missão, os seguintes roteiros: a) pesquisar jurisprudência; b)
consultar doutrina; c) atentar para questões polêmicas apontadas em
sala de aula.
Outro modo de
identificar problemas é considerar elementos dogmáticos (conceitos
doutrinários perenes) e submetê-los a uma reconsideração
hermenêutica sob os elementos literal, teleológico, histórico,
histórico-evolutivo, tópico e do direito comparado. Muitas vezes
cada um destes elementos poderá originar um excelente problema para
a monografia.
DESENVOLVIMENTO DA MONOGRAFIA
Após ter escolhido a
área e encontrado o problema a ser enfrentado, outra tarefa
indispensãvel é pesquisar o que já foi escrito sobre este aspecto
e o que é necessário para abordar todos os contornos que tangenciam
o problema. Por exemplo, se vamos abordar um direito constitucional
(área) e o tema deverá girar em torno das liberdades fundamentais,
como o direito à privacidade, podemos cogitar o seguinte problema:
qual o limite das liberdades individuais para revista das bagagens em
face do direito coletivo à segurança nos aeroportos?
Neste caso, cabe
aferirmos e abordarmos, na monografia, os temas que tangenciam o
problema. Quais são? Podemos apresentar um rol de tópicos a
enfrentar: o que são liberdades individuais fundamentais? Como
identificamos a segunça da sociedade? O que o estado deve proteger
com maior vigor quando em confronto? Quais princípios estão
envolvidos e quais estão em conflito? Como sanar os conflitos de
princípios? Qual princípio é preponderante? Cada pergunta que
apresentamos poderá significar um capítulo ou sub-capítulo e, no
projeto, será um objetivo específico.
Não deixe de ler
todas as normas da ABNT e da Instituição de Ensino a qual submeterá
sua pesquisa. A conferência destas e da correta aplicação do
vernáculo não é atribuição do orientador, mas exclusivamente do
orientando. O foco da orientação é auxiliar na pesquisa, na
compilação dos dados, no desenvolvimento do problema; ou seja, nos
aspectos que envolvem o conteúdo.
A CONCLUSÃO DA
PESQUISA: encontro com a introdução
Na introdução,
teremos, obrigatoriamente, a apresentação do tema e do problema,
bem como, de forma opcional, a premissa para solução do problema, a
forma como foi dividida a abordagem e exposto o desenvolvimento da
monografia, a metodologia da pesquisa. Na conclusão, por sua vez,
será feito um retrospecto do tema, do problema, do que foi abordado
em cada capítulo e sua importância em relação ao tema, e,
finalmente, a conclusão. A conclusão não deverá ultrapassar dez
por cento do total de páginas da monografia ou artigo. Deverá, o
leitor, perceber uma absoluta harmonia entre a introdução e a
conclusão, nunca perdendo de foco o problema.
A APRESENTAÇÃO: finalmente!
Após um bom
desenvolvimento, com ampla pesquisa e boa exposição de cada parte
da pesquisa na monografia ou no artigo, temos um expositor
absolutamente preparado. Mas, como preparar-se para uma apresentação
da monografia ou artigo para a banca?
Primeiro devemos ter
em mente que para reduzir a apreensão o elemento chave é o domínio
do assunto presquisado. A partir deste ponto, fazer um resumo dos
principais aspectos, em forma de tópicos, considerando que a
apresentação também terá uma introdução, o desenvolvimento e
uma conclusão. A introdução poderá organizar-se da mesma forma
que a introdução da monografia ou artigo, destacando o problema e,
se houver a premissa; o desenvolvimento deve contemplar o resumo de
cada capítulo demonstrando como se entrelaça com o problema; a
conclusão deverá responder explicitamente o problema, chamando
atenção se a premissa (se foi apresentada na introdução) foi
negada ou confirmada.
Durante a apresentação
pode ocorrer um nervosismo. Não se desespere, pois é plenamente
compreeensível e a banca entenderá isso com maior naturalidade.
Nestas situações, respire fundo e fale pausadamente, o que ajudará
a prosseguir e recuperar a calma. As anotações em forma de tópicos
garantirão que todos os aspectos importantes serão abordados e
impedirá a fuga do tema, auxiliando, ainda, no controle do tempo.
Seguindo estes pontos
conseguirá ter êxito na sua monografia e também na apresentação.
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